MT é o 5º estado com maior número de casos de injúria racial no país, aponta anuário | Mato Grosso
Mato Grosso é o 5º estado com o maior número de casos de injúria racial no país. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, publicado na última semana. O estudo traz números de 2020 e 2021.
Conforme a pesquisa, Mato Grosso registrou 390 casos raciais em 2020 e 43 em 2021, um aumento de 2,1%.
Em 2021, o estado ficou em 5º lugar no ranking, com 11,3 casos a cada 100 mil habitantes, apenas atrás de outros quatro:
- Pára – 36,8 casos por 100 mil habitantes
- Santa Catarina – 32,8 casos por 100 mil habitantes
- Distrito Federal – 18,4 casos por 100 mil habitantes
- Amapá – 15,7 casos por 100 mil habitantes
- Mato Grosso – 11,3 casos por 100 mil habitantes
Registros de injúria racial por UF — Foto: Anuário da Segurança Pública
No ano anterior, em 2020, Mato Grosso também estava em 5º lugar, mas tinha a taxa um pouco menor. Confira:
- Santa Catarina – 40,1 casos por 100 mil habitantes
- Pára – 33,6 casos por 100 mil habitantes
- Distrito Federal – 14,3 casos por 100 mil habitantes
- Amapá – 13,5 casos por 100 mil habitantes
- Mato Grosso – 11,1 casos por 100 mil habitantes
Os estados de Rondônia, Bahia e Espírito Santo não entraram no ranking, pois não há informações disponíveis sobre os registros de injúria racial nessas regiões.
Já os casos de racismo foram 105 em 2020 e 82 em 2021, uma redução de 22,8%. Existem diferenças entre racismo e injúria racial. Veja abaixo:
Existe diferença entre racismo e injúria racial — Foto: Adelmo Paixão/g1 — Foto: G1
Quanto aos casos de racismo, o estado estava em 3º lugar em 2020 e em 2021 ficou em 4°:
- Rio Grande do Sul – 28,8 casos por 100 mil habitantes
- Rondônia – 4,3 casos por 100 mil habitantes
- Mato Grosso – 3 casos por 100 mil habitantes
- Rio Grande do Sul – 36 casos por 100 mil habitantes
- Alagoas – 8,1 casos por 100 mil habitantes
- Rondônia – 3,5 casos por 100 mil habitantes
- Mato Grosso e Sergipe – 2,3 casos por 100 mil habitantes
Os estados de Pernambuco, São Paulo e Roraima não entraram no ranking, pois não há informações disponíveis sobre os registros de injúria racial.
Registros de racismo por UF — Foto: Anuário de Segurança Pública
Dados do anuário são informações das Secretarias de Estado de Segurança Pública e Defesa Social; Instituto de Segurança Pública/RJ (ISP); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo trecho escrito pelo pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e mestrando em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC, Dennis Pacheco, as grandes políticas por reconhecimento enfrentam problemas sociais relativos ao domínio, à dominação e ao apagamento, que tem origem nas hierarquias institucionais de valor cultural.
“A hierarquia de valor racista atribui significados significativos às pessoas brancas, seus símbolos e produtos culturais (branquitude) e permitidos às pessoas culturais negras, seus símbolos e produtos culturais (negritude), bem como às pessoas, símbolos e produtos culturais indígenas”, diz.
O estudo aponta que as pessoas mais conscientes de seu direito à não discriminação tendem a se tornar mais dispostas a reivindicá-lo formalmente.
“A existência de crescentes em torno do racismo com que a tendência das vítimas de sua segurança aumentada, por não responder devidamente formalizada e atendidas sistemas de discriminação pública e apanhados de discriminação de um debate nas políticas, quanto às diferenças entre as diferenças. por parte do setor de segurança pública”, diz outro trecho.
Um caso de discriminação de distinção pode ser interpretado como racismo, em júria racial ou injúria simples, o que implica na possibilidade de distribuições estatísticas muito para um mesmo fenômeno.
“A exemplo de conscientização racial das polícias que não eufemizam casos de racismo registrando-os como injúria racial, por exemplo, pode significar uma transferência significativa dos casos de injúria para os casos de racismo, por exemplo”, aponta a aponta a pesquisa.