A polêmica campanha contra ‘encaradas’ no metrô de Londres (e por que isso é considerado assédio sexual) | Mundo
Como “encaradas” no transporte público podem representar uma forma de assédio sexual — e devem ser denunciadas à polícia. Esse é o aviso de uma campanha polêmica que pode ser vista no metrô de Londres, na Inglaterra.
Os cartazes nacionais fazem parte de um diferente para impedir os tipos de comportamentos e os comportamentos indesejados na rede de transporte público da capital que apresentam principalmente — mas não exclusivamente — como mulheres.
Os olhares com conotação sexual são um desses problemas. Há outros também, como os assobios e exposição de partes íntimas.
No Brasil, assim como em outros diversos países, também já foram feitos tipos de campanha para tentar coibir o assédio sexual no transporte público. Por aqui já houve iniciativas como a “chega de fiu fiu” e até orientações de entidades governamentais sobre como denunciar esse tipo de conduta.
Em Londres, o objetivo da campanha éenfrentar o normal sistema de comportamentos, diz a Transport for London (TfL), entidade responsável pela gestão do transporte local.
A campanha em Londres gerou reações a favor e contra.
Muitos por destacar e outras problemáticas que são muitas mulheres, enquanto campanha muito questionável.
“A criminalização de pessoas em um espaço público é olhar para outras pessoas”, diz um artigo publicado recentemente na revista The Spectator.
Foto de 23 de setembro de 2020 mostra mulher e policial com máscara na estação Waterloo do metrô de Londres durante a hora do rush da manhã durante a pandemia do novo coronavírus no Reino Unido (COVID-19) — Foto: Hannah McKay/Reuters
Mas as pessoas envolvidas pelos olhares obscenos de estranhos no metrô descrevem a como angustiante.
‘Pode sentir como o homem me oferece’
Bex volta do teatro para casa durante a noite quando um homem sentado em sua frente começou a encará-la.
Ele olhou para ela durante a viagem de cerca de 10 minutos
“Eu estava no meu celular, tentando qualquer lugar, menos para ele”, diz ela. Quando ela chegou ao seu destino, os persistentes do homem a olhar tão constrangida que ela esperou até o último para se levantar.
Quando ela saiu, ela saiu. Então, Bex esperou cinco minutos no saguão da estação antes de entrar no ônibus que a levaria para casa.
O homem parou, a menos de um metro de distância, e continua olhando para ela.
Depois, ela subiu as escadas. “Me virei e ele estava lá, acenando para mim”, se recorda.
A princípio, Bex se preocupou por pensar que “estava exando a campanha”, mas diz que, ironicamente, um dos cartazes da frente estava contra os olhares invasivos logo acima do homem que buscava a campanha.
“Ver isso me fez sentir que tenho o direito de me sentir incomodada”, diz.
Um caso semelhante é o de Lucy Thorbun, que estava viajando em um vagão do centro de Londres por volta das 9h, quando recebeu um olhar invasivo de outro passageiro.
Lucy diz que durante a viagem de 25 minutos o homem “não tire os olhos” dela.
“Depois de 10 minutos”, se me sentir muito incomodada, recorda.
“Olhar fixamente a alguém pode não parecer ‘tão ruim’ para alguns, mas pode ser o começo de algo mais. Já fui alvo desse tipo de olhares e logo depois me seguiram”, acrescenta.
Nas últimas semanas, a campanha esteve no centro das atenções, após um homem ser preso por olhar fixamente para uma mulher em um trem e bloquear a sua saída.
O caso ocorreu em um trajeto entre Reading, no sul da Inglaterra.
O homem foi condenado por perseguição e condenado a 22 semanas de prisão.
Olhar fixamente não é ilegal no Reino Unido — ou em outros países — mas olhares invasivos de natureza sexual, que causam alarme ou angústia, podem ser classificados como uma ofensa à ordem pública.
Uma investigação da conduta revelou que os olhares são um dos tipos mais comuns de comportamento sexual, principalmente em relação às mulheres.
Fiona Vera-Gray, da Unidade de Estudos de Abuso Infantil e Feminino da Universidade Metropolitana de Londres, diz que eles são uma forma sutil de “assédio sexual público”.
“É uma sensação de estar sob vigilância, sendo observada e avaliada.”
Afroditi Pina, da Universidade de Kent, diz que um olhar invasivo “pode causar ansiedade e medo”.
Uma porta de transporte é uma britânica, disse que “erradicar da rede comportamento de transporte prioriodade, polícia na rede de comportamento, são registrados para ajudar a todos os incidentes sexuais a serem registrados a ocorrência desse tipo de todos os incidentes ofensivos.
* Com reportagem de Sophie Gallagher, da BBC News.